segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Território Sertão do São Francisco discute Projeto de Lei de Educação Ambiental

Por Bruna Rafaella e Érica Daiane

Um das propostas da Conferência Estadual do Meio Ambiente, em 2007, foi a elaboração de um Projeto de Lei de Educação Ambiental para o Estado da Bahia. Com base nessa deliberação, o Governo do Estado deu início a realização dos seminários de consulta pública da minuta do referido Projeto.

Segundo o coordenador da diretoria de Educação Ambiental e um dos organizadores do seminário, o biólogo Rodrigo Pacheco, a consulta será realizada nos 26 Territórios de Identidade, sendo que Juazeiro e Itaberaba são as primeiras cidades a sediar os eventos.

A sistematização das propostas de todos os territórios dará origem ao PL que será encaminhado à Assembléia Legislativa.

Em Juazeiro o evento aconteceu durante os dias 27 e 28 de novembro no Grande Hotel de Juazeiro. Os seminários são promovidos pela Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado da Bahia – CIEA/BA e está dentro das diretrizes de Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA.

O objetivo é ligar a minuta do Projeto de Lei às demandas sócio-ambientais apontadas pelos setores sociais dos 26 territórios, por isso o evento conta com a participação, sobretudo, do Terceiro Setor da sociedade.

Para o mobilizador do Território Sertão do São Francisco, Wanderley Crisóstomo, "o momento é importante porque estão sendo discutidas ações para implementar as discussões da Conferência Estadual do Meio Ambiente”, declarou.

Crisóstomo destaca também que estão sendo levantadas preocupações com questões como: queimadas, carvoarias, minerações, contaminação pelo uso exagerado de agrotóxicos, necessidade de aterros sanitários etc.

Nove, das dez cidades que compõem o Território, estão participando da consulta pública e dando contribuições a partir da metodologia de Grupos de Trabalhos - GT’s.

A minuta do PL prevê também a formação de lideranças para atuar em defesa do meio ambiente no âmbito dos movimentos sociais, escolas, e comunidade em geral.

BRINCANDO COM A LEITURA



Por: Alaíde Régia e Elka Macedo




Corre-corre, gargalhadas, travessuras, inquietação, alegria, um baú aberto à leitura. É nesse clima que o Projeto A Hora do Conto se apresenta na Praça Canto de Tudo do DCH III, no dia 27 de novembro, na UNEB.

E começa a contagem: 1, 2, 3...é hora de sentar! Exclama Selma Campos, idealizadora do projeto, para tentar conter a garotada que não pára de correr de lá pra cá. Mas, quando diz que vai ser iniciada a história a criançada se comporta e pára pra escutar.

"Era uma vez um Reino muito distante que tinha uma princesa querida que um dia adormeceu e só poderia ser despertada por um grande amor”, e de repente...beija, beija, beija...gritavam as crianças em coro prevendo o final da historinha e dando um tom cômico ao consagrado romance da Bela Adormecida.

Desenvolvido pelos Estudantes de Pedagogia, o Projeto A Hora do Conto acontece no final de cada mês às quintas feiras e atende crianças dos Bairros São Geraldo, Jardim Universitário e Cajueiro que se reúnem com o propósito maior de contar e ouvir histórias.

O trabalho na área de literatura infantil tem o intuito de provocar o hábito da leitura em crianças de todas as idades. De acordo com a coordenadora do projeto, a professora Selma Campos, o prazer maior do encontro é estimular a leitura brincando, com o desenvolvimento de atividades que aproximem as crianças dos livros. Segundo ela “o teatro e a música podem ser boas estratégias para trabalhar o conto e a poesia”.

O grupo organizador dos encontros enfatiza que meninos e meninas têm a liberdade de se expressar durante o evento. Por essa razão, em grupos ou mesmo de forma individual é possível demonstrar produções de cunho artístico-cultural que despertam o interesse das crianças em freqüentar o evento.

Jhonnes Oliveira, 10 anos, participa com frequência dos encontros e tem prazer em se reunir com seus colegas no Canto de Tudo.“Eu gosto de vir todo mês para a faculdade. Depois da escola já marco com os meus colegas, aqui é muito divertido. No mês de dezembro venho de novo”, declara.


E nesse universo de fantasia, a poesia, o cordel, a música, a dança, e as lendas do Velho Chico foram costurando os retalhos que montaram mais um capítulo do conto que já dura mais de quatorze anos.

Nesta edição houve a parceria com estudantes de Comunicação Social que participam do projeto acervo de Maria Franca Pires, coordenado pela professora Odomaria Bandeira. Além do público infantil a ação é aberta aos adultos que podem contar histórias, fazer leituras ou assistir às exposições.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Projeto de Lei da meia-entrada divide opiniões

Por Emiliana Carvalho e Juciana Tenório

A Comissão de Educação, Cultura e Esportes (CE) do Senado Federal aprovou no dia 25 de novembro o Projeto de Lei 188/07, que limita a venda de meia-entrada a 40% do total da lotação das salas de cinema, teatros, circos, museus, parques, eventos educativos e esportivos do país.

A UNE conseguiu, na década de 40, o direito do estudante pagar somente metade do valor dos ingressos em shows, teatros, cinemas e atividades esportivas e culturais, como forma de garantia da complementação da formação acadêmica dos jovens.

Pouco tempo depois, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) também começou a emitir as carteiras estudantis.

À medida, que ainda não foi sancionada pelo executivo, já divide opiniões porque limita as vendas de ingressos meia-entrada. A expectativa é que se aprovada, ela entre em vigor no segundo semestre de 2009, valendo para estudantes matriculados no ensino regular, do básico ao superior.

Em Juazeiro-BA, pólo estudantil, com escolas básicas, faculdades e universidades, o assunto ainda não foi formalmente discutido pelos estudantes, mas os centros e diretórios acadêmicos já têm conhecimento da temática.

“As discussões sobre o projeto de lei ainda estão poucas no País, então considero necessário e urgente que esse tema seja visto por nós também aqui na Uneb antes que a lei seja aprovada”, ressalta coordenadora do Centro Acadêmico de Comunicação Social Érica Daiane.

“Acredito que essa é uma discussão que divide as opiniões porque se olharmos pelo lado dos artistas, eles perdem com a meia-entrada, mas por outro lado esse é um direito nosso que foi conquistado. Então se vetarem esse direito nós iremos sair perdendo mesmo que parcialmente, isso é um retrocesso do que já conseguimos”, protesta.

Falha do projeto

A principal falha do projeto, de acordo com os críticos da proposta, é a dificuldade para fiscalizar se os cinemas, teatros e casas de espetáculos irão cumprir a cota de 40%.

A proposta permite inclusive a criação, pelo Executivo de um conselho nacional de fiscalização, controle e regulamentação da meia-entrada e da carteira estudantil.

Esse conselho vai definir quem poderá emitir as carteiras estudantis, como os documentos serão feitos e como funcionará a fiscalização.
Para o coordenador do Centro de Cultura João Gilberto, Márcio Ângelo, a implantação dessa lei pode trazer algumas implicações.

“No caso de Juazeiro, isso seria complicado, pois o público é majoritariamente estudantil. Em alguns espetáculos, a quantidade de inteiras é irrisória frente às meias-entradas, por isso, provavelmente, adotaremos a postura de não limitar a quantidade de ingressos como meia, uma vez que isso acarretaria num constrangimento, restringindo os direitos estudantis e na diminuição do já pequeno público”.

Mobilizações

A classe estudantil mostra-se contrária à cota. A União Nacional dos Estudantes (UNE) prometeu mobilizar caras pintadas contra a medida nas votações do Congresso.

A estudante universitária Illa Graziane Silva Ribeiro afirma que o projeto é injusto. “A maioria dos estudantes não trabalha, então é inviável pagar o mesmo valor que uma pessoa que trabalha e tem condições de pagar a entrada inteira. O estudante sai prejudicado, porque vai deixar de participar de eventos importantes para a formação intelectual e acadêmica. Eu não concordo com a aprovação dessa lei.”

Em entrevista a Folha online o presidente da Feneec (Federação Nacional das Empresas Exibidoras de Cinema), Ricardo Defini, alegou que só a regulamentação não é suficiente para baratear o preço dos ingressos e fazer com que mais pessoas freqüentem cinema e teatro.

"Tenho convicção de que é preciso um limitador para meias-entradas. Estamos perdendo público ano a ano porque o valor da entrada inteira é alto. E isso porque o preço é maior para compensar a quantidade de meias-entradas."

Para a estudante Laiza de Campos Macedo, o maior consumidor de teatros, cinemas são estudantes por isso é preciso rever o projeto.

“É importante rever isso, porque se com a meia-entrada eu posso pagar R$ 20,00 em um show, por exemplo, se tiver que pagar a inteira correspondente a R$ 40,00, talvez eu não possa ir, partindo do princípio de que o estudante não trabalha e não tem como manter um custo alto de atividades culturais”.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Projeto de aluno trabalha a comunicação do MST

Por Karine Pereira

"Entendo a comunicação como um direto humano", declara o estudante do último período de Comunicação Social da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Paulo Victor Melo.

Seguindo este princípio ele desenvolve oficinas de comunicação para os jovens e os setores da juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que estão assentados em Sobradinho/BA.

O objetivo é mobilizar e torna os moradores da localidade gestores dos seus meios de comunicação. Este foi apenas um dos motivos que levou o estudante universitário a compartilhar com os movimentos sociais o que aprendeu durante a sua estadia na Universidade.

As oficinas foram realizadas no primeiro final de semana no mês de novembro (2008), no próprio assentamento que fica distante 48km de Juazeiro. Segundo o estudante, o conteúdo é voltado especificamente para o meio radiofônico, onde são trabalhadas a linguagem, a sustentabilidade, a técnica e tudo que envolve a comunicação popular.

Paulo Victor justifica ainda que "as oficinas são voltadas para o rádio por dois motivos: primeiro, colocar para funcionar a difusora deles com conteúdos que vão além da utilização de avisos e recados; e o segundo, é porque o rádio é oe meio mais utilizado pela comunidade".

Em média participaram das duas primeiras oficinas dez jovens, outras duas serão oferecidas durante a semana, totalizando quatro atividades de produção radiofônica.

O resultado da primeira etapa do projeto será a produção de um programa piloto de rádio. A segunda é composta por duas ações: a produção do programa semanal, seguindo o modelo elaborado nas oficinas, para ser veiculado nas rádios comunitárias da região e a produção do programa durante o encontro Regional – Bahia do MST que vai acontecer em janeiro durante a comemoração dos 25 anos do movimento no estado.

O projeto de Paulo Victor faz parte do trabalho de conclusão de Curso de Jornalismo em Multimeios, o qual tem previsão para terminar em abril do próximo ano.

Todas as ações já realizadas e as que serão desenvolvidas pelo estudante têm como base o diagnóstico levantado pelo próprio a cerca da situação do setor de comunicação do movimento. "É uma monografia que ao final vai ter essa análise sobre o setor de comunicação do MST com os resultados destas oficinas", esclarece Paulo Victor.