terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Por Coincidência

por João do Rio*

Amor é coincidência, né. Talvez. Pode ser. É. Nada adianta fazer planos. Pra quê? Apelar pros astros, fazer cálculos pra lua. Pra quê? Dizem que amor nasce com a convivência. Será amor ou costume? Às vezes, amor morre quando nasce o dia-a-dia a dois. Quase sempre. Mas, amor acaba? Quase sempre. A dois.

A gente se conheceu na rua. Lá na infância, ainda. Estamos juntos até hoje. Ah, foi na faculdade. Éramos da mesma sala. De vez em quando ele me olhava. Era ela linda. Como assim era? Ainda é. Ainda. No primeiro dia de trabalho. Quando apareceu parecia mágica. Ainda tento decifrar seus truques. Tomara. O que? Que nunca consiga. Risos.

Não nos conhecemos. Era domingo. Dia de maresia. Orla. Ele, depois vai me contar, vinho e cerveja... Ela: bonita. Sentada. Mesa de bar, sem bebida. Um anjo. Amiga, a tira colo. Ele. Pagar conta. Olhar. Ela. Finge que não vê. Ele. Voltar, despedida. Toque na mão. Olha. Aceno: tchauzinho. Ela. Mão esquerda. Tchauzinho:aceno. Ele e ela.Encanto.

... Amor é coincidência, né? Talvez. Pode ser. É. Nada adianta fazer planos. Domingo? Sei lá. Coincidência.
*quase jornalista, quase cronista, um João, um rio de gente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário